Por Camila Rodrigues da Silva
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Moradores da Ocupação entram na prefeitura. Foto: Diogo G. Andrade |
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Secretário de comunicação, Guarany Pacheco (ao centro), conversa com os moradores. Foto: Diogo G. Andrade |
O secretário de comunicação da prefeitura, Guarany Pacheco, tentou restringir a entrada dos moradores e apoiadores, com o argumento de que a manifestação atrapalharia o trabalho dos gabinetes. Após conversa com a coordenação, permitiu a entrada de todos desde que fizessem silêncio.
A manifestação foi pacífica e organizada. Após alguns minutos dentro da prefeitura, Adeliana aceitou receber quatro integrantes da coordenação da ocupação e a advogada, Daniela Félix. A conversa durou cerca de 20 minutos e ficou acordado que a reunião acontecerá no dia 13/03.
Ao sair, todos os participantes do ato tiveram uma surpresa ao olhar pelas janelas envidraçadas da prefeitura: pelo menos cinco viaturas da Polícia Militar, que não estavam no começo do ato, foram chamadas para “reforço da segurança”. Fica claro que a atual prefeita e seus secretários também encaram o movimento popular como “caso de policia”.
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Viaturas da Polícia Militar chegaram para reforçar a segurança contra cidadãos. Foto: Diogo G. Andrade |
Para que a reunião?
Há dois problemas que podem ser evitados a partir de uma conversa com a prefeita. O primeiro deles parte do fato de que a prefeitura de São José avalia a Ocupação Contestado como um problema herdado da gestão anterior, comandada por Djalma Berger (ver aqui a história do crime eleitoral que culminou na ocupação).
Diante disso, Adeliana se mostrou disposta a resolver a situação –mas não explicitou de que forma. Assim, um dos objetivos da reunião com as famílias é permitir que elas estejam inseridas, de forma ativa e protagonista, nas negociações que envolvem seus próprios futuros. O que se quer evitar é que a solução para esse problema seja encontrada e desenvolvida ignorando a participação e a organização popular, aplicando medidas “de cima para baixo”.
O segundo problema é que a ação que foi aberta pela Imobiliária Suvec no final do ano passado segue em processo e o perigo de despejo continua iminente. Por isso, é urgente criar mecanismos institucionais que protejam a comunidade de tal risco.